Do motu proprio "Doctoris Angelici" de São Pio X:

"Nenhum Concílio celebrado posteriormente à santa morte deste Doutor, deixou de utilizar sua doutrina. A experiência de tantos séculos põe de manifesto a verdade do que afirmava Nosso Predecessor João XXII: «(Santo Tomás) deu mais luz à Igreja que todos os demais Doutores: com seus livros um homem aproveita mais em um ano, que com a doutrina dos outros em toda sua vida» "(Alocução no Consistório, 1318.)

DA "LECTURA SUPER MATTHAEUM" DE SANTO DE TOMÁS DE AQUINO:

Comentando sobre a Grande Aflição que haverá no mundo durante o período em que a "Abominação da Desolação" estiver ocupando o Lugar Santo, escreve o Angélico:

"Em seguida, haverá uma grande tribulação, porque o ensino cristão será pervertido por um falso ensino. E se esses dias não tivessem sido abreviados, ou seja, através do ensino da doutrina, da verdadeira doutrina, ninguém poderia ser salvo, o que significa que todos seriam convertidos à falsa doutrina."
[Comentário de Santo Tomás de Aquino ao Evangelho de São Mateus - Cap.24,22 - notas de Pierre d'Andria (1256-1259),(630 pags.) Tradução ao francês por Professor Jacques Ménard e Madame Dominique Pillet (2005).]

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

A APOSTASIA DOS ÚLTIMOS TEMPOS

Santo Tomás de Aquino, comentando 2Tessalonicenses 2,3, explica como será a Apostasia dos últimos tempos:

“Estabelece logo a verdade, ao dizer: "porque não virá este dia sem que primeiro haja acontecido a apostasia"; e mostra primeiro o que acontecerá à vinda Anticristo, que são duas coisas: uma anterior à sua vinda; outra, a sua mesma vinda. Primeiro está a apostasia, que a Glosa explica de muitas maneiras, e primeiro da fé, que, segundo estava anunciado (Mt 24), todo mundo a receberia. Esta é, pois o sinal precursor, que -segundo Santo Agostinho- ainda não se cumpre; depois dela haverá muitos apóstatas (1Tm 4) "e pela inundação dos vícios se resfriará a caridade de muitos" (Mt 24,12).
Ou entende-se a apostasia ou separação do Império Romano, ao que todo o mundo estava submetido. Segundo Santo Agostinho, figura sua era a estátua de Daniel, em cujo capítulo 2 se nomeiam 4 reinos, os quais terminariam no acontecimento da vinda de Cristo; e que isto era um sinal a propósito, porque a firmeza e estabilidade do Império Romano estava ordenada a que, debaixo de sua sombra e senhorio se ensinasse por todo o mundo a fé cristã. Mas como pode ser isto, sendo já passados muitos séculos desde que os Gentios se apartaram do Império Romano e, isso não obstante, não havia vindo ainda o Anticristo? Digamos que o Império Romano ainda segue em pé, mas mudada sua condição de temporal em espiritual, como disse o Papa São Leão em um sermão sobre os Apóstolos. Por conseguinte, a separação do Império Romano há de entender-se, não só na ordem temporal, senão também na espiritual, e a saber, da fé católica da Igreja Romana. E isto é um sinal muito a propósito, porque, assim como Cristo veio quando o Império Romano senhoreava sobre todas as nações, assim pelo contrário o sinal do Anticristo é a separação dele ou apostasia.”

(http://www.clerus.org/bibliaclerus/index_esp.html - Traduzido por Rodrigo Santana)


O que vivemos hoje? Não seria uma total separação do Império Romano Espiritual, ou seja, da Fé Católica da Igreja Romana?

O que diríamos ainda das proporções alcançadas por essa apostasia. Estaria ela somente fora da Igreja Romana?
Quantos católicos hoje comungam nas missas usando métodos contraceptivos sem ninguém os ensine que isto é pecado. Porventura isso deixou de ser pecado?

Quantos católicos comungam em pecado mortal nas missas sem que ninguém os ensine que o pecado mortal tira-lhes a vida da alma, e que por isso ao comungarem cometem sacrilégio. Perdeu-se a noção do pecado?

Quantos católicos aceitam todas as outras religiões como se na verdade todas fossem boas e que por isso relativizam sua fé, colocando ainda a fé católica em pé de igualdade com todas as outras. A Igreja Católica não é a única fundada por Cristo?

É importante notar que esta apostasia se desenvolve de modo crescente e até já entrou no seio da Igreja, diz o Papa São Pio X: “E o que exige que sem demora falemos, é antes de tudo que os fautores do erro já não devem ser procurados entre inimigos declarados; mas, o que é muito para sentir e recear, se ocultam no próprio seio da Igreja, tornando-se destarte tanto mais nocivos quanto menos percebidos.” - Encíclica Pascendi – nº2

Se esta apostasia é crescente, ou seja, segue na direção de ser maior a cada tempo, como hoje ela poderia ser menor que no tempo de São Pio X? Pois quanto mais perto estamos da vinda do Anticristo, tanto maior se torna a apostasia. Se no tempo de São Pio X os apóstatas já estavam dentro da Igreja, quanto mais hoje!

Como não perceber a crise na fé! Como negar que isto seja verdade? Como fazer de conta que tudo anda as mil maravilhas!
É inevitável, pois o Anticristo só virá depois da apostasia da fé. Ele virá quando o Império Romano Espiritual deixar de senhorear sobre os povos.
Como negar então um declínio da atuação da Igreja sobre a vida dos povos!
Não estou dizendo de modo nenhum que as portas do Inferno poderão prevalecer sobre a Igreja Católica. Pois Cristo nos prometeu o contrário.
Mas estou dizendo que o povo abandonará a fé Católica. Esta fé recebida de Cristo e transmitida pelos apóstolos permanece intacta, guardada pela Igreja, única depositária da Verdade. Firmeno-nos nos dogmas, nos cânones, nas definições dos concílios, nas doutrinas perenes confirmadas e reconfirmadas pelos Pontífices Romanos, enfim, em tudo que está ligado nos céus pelas chaves que foram dadas a Pedro.
Estudemos a fé católica, desde os Apóstolos, deste os Santos Padres, desde os Santos Doutores. Que possamos confrontar os documentos novos com os antigos, perceber se o novo é igual ao antigo, pois Cristo é o mesmo, ontem, hoje e sempre.